segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Filha de feminista brincando de casinha!?"

Achei uma graça quando me fizeram essa pergunta-acusação. Marina herdou a cozinha que era das primas. Ainda não brinca muito, mas é bastante organizada, toda - quaaaase toda - vez que retira os itens de lá, recoloca no lugar. Toda vez que isso acontece eu oro "Meu Deus, permita que permaneça assim quando for adolescente!"
Marina vê o Paulo cozinhando e ele é muito organizado, fica tudo limpo quando ele termina. Eu também, no resto da casa. Na casa toda. Toda a casa. Tudinho, tudinho. Até o atelier dele. Bom, antes de ter um ataque à lá demônio da Tazmânia, voltemos ao assunto. Nenhum dos dois amaldiçoa a poeira do mundo, ou o fogo fraco do fogão ou a torneira lenta da água mineral. Fazemos as tarefas de casa com tranquilidade, e Marina cresce em meio a isso, gostando de cuidar da coletividade. Quando me ajuda a por a mesa, não é apenas seu prato que leva; quando guardamos as roupas passadas, faço questão de dar-lhes as nossas, que coloca sobre nossa cama.
Espero que herde do Paulo o amor com que cozinha e de mim o cuidado com que trato nosso canto. Espero que seja feminista e que cozinhe e dirija caminhão se quiser e entre para a política se quiser e case se quiser ou não case. Quero que trabalhe para ter seu sustento e que trabalhe pela comunidade.
Obs: Paulo ajudar no resto dos afazeres domésticos, mas é muito disperso, dá conta de ser diferente não :-(

Um comentário:

Anônimo disse...

acho que esse é o tipo de ser humano do futuro: homem que faz coisas consideradas de mulher, mulher que faz coisas consideradas de homens e todos fazendo tudo junto, sem estereótipos. marina chegará na escola e dirá com orgulho que lá em casa papai cozinha e muito bem. mamãe ganha o dinheiro e o faz com honestidade.
afinal, o que é "coisa considerada"? quem "considerou" e disse que é assim e assim terá que ser?
viva a geração marina!!!

Paulo Caldas