segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pouca luz para anoitecer...nada melhor!!!

Rechaud com vela perfumada ou essência na água
Nosso corpo também precisa anoitecer, precisa saber que é hora de dormir, e uma das forma que ele tem para saber que deve ficar desperto é a luz! Durante o dia, o sol e as luzes da sala do meu trabalho faz o trabalho dele e à noite, quando a gente deveria respeitar um pouco nosso relógio biológico, que é que a gente faz? Acende todas as luzes da casa, liga o som, liga a TV, vai ler, vai "descansar". Mas será que é esse o tipo de descanso de que nosso corpo precisa?

Eu adoro velas! Talvez seja herança da minha avó, que sempre acendia velas para os mortos ou os santos, ou tenha a ver com a época em que éramos muito pobres e quase nunca havia luz elétrica o mês inteiro então à noite nos reuníamos ao redor da vela para brincar com as sombras e ouvir histórias de meu avô. Meu avô era MUITO calado, mas adorava contar histórias. Nem se importava se a gente não entendia ou ouvia direito e pedia que repetisse. Fazia "tsc" junto com um franzir de testa e continuava. Passar o dedo na vela sem queimar? Beleza! Minha mãe era a primeira a fazer. Até eu entender que o que ardia mesmo era a cera e não o pavio foi bolhas e bolhas depois.
Apesar de não ser religiosa sou fã de algumas coisas, rituais, de diversas religiões. Um relicário! Até o nome é doce, poético. Penso sempre que gostaria de um relicário pendurado ao pescoço, mas isso foge tanto à minha praia que não passa nunca do campo do pensamento. E o oratório? Esse aí deu para fazer e colocá-lo bonitinho na decor do nosso quarto novo.

Comprei-o em mdf, cobri-o com o que tinha em casa: fitas, fitilhos, retalhos de chita, juta e manta acrílica. Não planejei muita coisa não. Por não ser artesã e não querer amontoar coisas em casa procuro usar sempre o que já tenho por aqui. Mas eis que chega o momento crucial: o que colocar dentro, já que não somos católic@s e imagem de santo não tem nada a ver conosco. Pensei numa foto nossa, mas depois achei que poderia dar a falsa ideia de que colocamos nossa família num patamar de santo, o que não é.
A confecção do oratório durou meses desde que o comprei até esse dia aí da foto, que foi o de sua inauguração. Porque aqui em casa fazer um buraco na parede é um processo
Daí que um dia estávamos visitando uma loja de produtos naturais que frequentamos e encontramos esse recháud, que é no tom exato das caixas das portas. Problema resolvido: compramos as velinhas e demos a devida utilidade ao oratório.

 A qualidade da cerâmica é que ficou a desejar ou foi falta de experiência minha, que até então só havia comprado de cores escuras ou material natural. A escurecida dele não se deve apenas a chama da vela, mas é que nossa Marina o derrubou e depois do choro mais sofrido do mundo o pai consertou e então vemos fuligem + rachaduras.  
E a coruja no topo? Tem coisa mais linda? Ideia minha e feitura do Paulo, claro. Como damos muito valor à sabedoria (aquela Superior, indefinível e inalcançável mas sempre buscável) achei que tinha tudo a ver e daria um ar mais leve ao artefato (gostou? Artefato. Sempre quis usar essa palavra \o/)

A pintura do espelho do banheiro é para o próximo capítulo
O melhor de tudo é a surpresa: como usamos velas perfumadas, mesmo apagadas elas exalam perfume e sempre que entramos ou saímos do quarto sentimos um aroma suave...a mim relaxa e avisa "Esta casa é sua!"

Nota: esta não é a única vela do quarto, normalmente acendemos essa e uma de 7 dias que fica no chão, mas bem protegida da Marina - sim, porque agora as coisas é que se protegem dela.

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