domingo, 19 de maio de 2013

Dias das mães? Comassim?

Esta postagem sairia de qualquer forma e antes de ser postada recebi recebi o chamamento do MILC - Movimento Infância Livre de Consumismo - e resolvi participar

AQUI
Vi um convite na agenda de minha pequena falando sobre um piquenique no dia 11/05. Não se falava em Dia das Mães, acho que era tão claro que isso nem foi citado.Como essa data, para mim, realmente não diz nada, eu nem lembro quando chega a não ser pelas conversas nos vizinhos e colegas de trabalho. Os vizinhos, perguntando o que a Marina vai dar à mamãe e eu respondo "muitos beijinhos" esperando que a conversa pare por aí para eu não dizer o que realmente estou pensando.
Na véspera do sábado, quase morri (de verdade, mas não quero falar sobre isso), então no sábado meu marido perguntou "Vai pra festa da Marina assim mesmo?" e eu: "Vou sim, claro, ela adora piquenique". Aí foi que ele me disse que era em homenagem ao dia das mães! Me animei toda, vesti a camiseta da Aliança pela Infância porque eu não perderia a chance de falar da Semana Mundial do Brincar - se ela por acaso houvesse.
Conheço duas crianças cujo pai matou a mãe e foi preso, o casal ficou com os avós maternos, que faleceram dois anos depois e estão atualmente com um tio que cuida deles como se trata um fardo pesadíssimo. Como a família tem dinheiro as crianças não ficaram financeiramente desamparada, apenas destroçadas e a escola dela - pequena, de classe médica alta, comemora o dia das mães, o dia dos pais e dos avós.
Conheço duas meninas cuja mãe foi morar em outra cidade para curtir a vida e deixou as gêmeas com a avó, que as cria com o maior sacrifício. Elas não conhecem o pai, sequer sabem seu nome. Tem onze anos e há anos choram na comemoração do Dia das Mães na escola. No ano passado, no dia da avó essa avó-mãe comentou comigo que ganhou um chocolate, mesmo sendo diabética, mas que na "p#hh@ do dia das mães a escola pediu 50,00 por criança para comprar o presente que entregariam a mãe. Não mandei o dinheiro com um bilhete, dizendo que a mãe estaria ausente"
Minha irmã caçula, na verdade é minha prima. Seus pais eram doentes mentais, separaram-se, ela casou-se novamente e foi viver isolada num sítio em Itanhaém (SP). Não importa o tanto de carinho e cuidado que recebeu, essa (hoje) mulher tem traumas e mais traumas e uma inexplicável impossibilidade de engravidar.
No ano passado a filha da moça que vendo cachorro-quente numa esquina aqui perto, vendo o anúncio dO Boticário, disse que a mãe dela merecia aquele perfume e se ela não soubesse que levaria uma surra iria pedir dinheiro a todos os conhecidos para comprar o tal perfume...acho que poucas vezes vi umas criança de 9 anos com o olhar tão triste, tão duro!
Bem, voltando á festa na escola, afora o barulho, que não nos permitia ouvir as crianças cantando  o que haviam ensaiado da pra entender? e contando com o fato de que eu estava me sentindo viva de novo, achei que foi uma boa comemoração. Houve brincadeiras entre as mães e as crianças e coleguinhas e tals, embora ninguém soubesse direito quem era quem. Como eu sabia que em piquenique cada um fica no seu quadrado comprei uma caixa de bombons e falei para Marina dar um à mãe de cada coleguinha e assim pude conhecer e ser conhecida ao menos pelas que estavam presentes. E por falar em presente, eu ganhei um. Que amei! Porque adoro bichos de pelúcia, porque ele era lindo e porque achei que Paulo havia decidido me fazer uma surpresa - ow, que meigo - "Oushe, tava lá na agenda, pedindo que mandasse um presente, pensei que tivesse visto." 
O rádio é instrumento de trabalho. O ursinho passa o dia comigo
Os adesivos foram presente da Marina, mas porque ela quis dar 

PALHAÇADA TOTAL aliar afeto a coisa material e ainda mais comprada. Ah sim, na quinta-feira me mandaram uma presilha de cabelo de presente (em E.V.A., que dura trocentos anos sem se decompor) e que não foi feita pela Marina. Assim sendo, que valor teria? Não o encontrei ainda. O bom é que combinou com a camiseta da Aliança e vou usar no evento do próximo domingo.

É ca-la-ro que não vou detestar uma coisa tanto assim e não apontar uma alternativa para modificá-la. PELO MENOS A ESCOLA deveria se manter afastada dessa data. Deveria deixar que cada família decidisse vivê-la se e como quisesse. Deveria dizer que o comércio criou essa data para vender mais e poder manter o PIB positivo - pensam que crianças de 4 anos não entendem de economia, de dinheiro, de comprar? Não, não entendem, estão aprendendo e é por isso que a escola deveria ser mais responsável sobre esse assunto!


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