terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dois anos de Marina

Eu escreveria 300 páginas sobre esses 2 anos de Marina. Escreveria? Escreverei ou escrevi? Tudo isso junto! Há milhares de ângulos pelos quais podem ser vistos esses enormes anos de vida, principalemnte porque eles envolvem a minha vida e a do Paulo diretamente e um pouco mais ao longe ... de minha mãe, sobrinhas, avó. Dois anos é todo o tempo de vida de Marina, e tanta coisa aconteceu, cada dia traz tantas novidades, que falar sobre eles seria muito complicado. Falar sobre mim neles também não é tarefa fácil, mas que vou executando aos poucos, aqui no blog, nos álbuns virtuais e nos de papel que insisto em manter.
Demos uma festinha no domingo, que me deixou um pouco frustrada - desorganizada que só ela rs! Desde o acidente do Paulo estamos na casa de minha mãe, e ainda não nos organizamos ainda, então acho que a "festa" apresentou um pouco disso de mim - além do mais, tive que ir votar de ônibus, depois de ir fazer a fantasia dela na casa da Tia Cristina, uma correria só.
Marina é a única totalmente confortável na história dessa mudança de casa, feliz feito pinto no lixo, faz o que quer, manda em todo mundo, virou o dengo em pessoa! Mas continua tranquila, adorável, cooperativa, bondosa. Bondosa? Como, bondosa? Como se vê bondade numa menina de dois anos?
Essa bondade da Marina eu vi quando ela tinha 1 ano e meio, mais ou menos. Estava assistindo, sozinha, ao Pingu (DVD infantil http://www.pingu.net/uk/index.html) e no episódio no qual um pinguim cai duma cadeira de rodas, Marina me chamou. Quando olhei, estava com o rosto contritado, enrugado, com ares de preocupação. Fui até lá e acompanhei em silêncio o que se passava. Já havia notado antes que nesse ponto ela ficava meio agitada, e como não falava ainda, apenas podia perceber sua mudança de expressão e da postura corpural, que ficava mais ereta. Observei então que ao inciar o episódio, Marina já mudava. Passei a sentar ao seu lado e narrar o que se passava, pois ao final fica tudo bem. O pior momento para ela era quando o pinguim caia da cadeira e ficava no chão - ela relaxava um pouco quando o ajudavam a sentar-se novamente, mas só passou a ficar feliz e bater palmas para o final quando fiz a narração algumas vezes.
Quando está comendo, coisa que ela adora fazer, oferece o que tem a todos que estão por perto. É óbvio que isso eu e Paulo temos o hábito de fazer, até porque adoramos comer, mas sei que se ela não tivesse essa generosidade dentro de si, não faria a divisão, não, até porque nunca a ensinamos a oferecer, a ação sempre partiu dela. E é tão gostoso, ela faz "Quer?" estendendo a mão na direção da pessoa e mexendo a cabeça afirmativamente...
É, de tudo que Marina é e faz, o que mais admiro e do que realmente me orgulho: ela é uma menina boa! É o que admiro em minha família, no Paulo, e fico feliz que tenha herdado isso de nós.

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