sexta-feira, 26 de julho de 2013

Filme: Em qualquer outro lugar

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anywhere_but_Here
O filme lançado em setembro de 1999, estrelado por Natalie Portman (novinnnha e já estrela) e a super Susan Sarandon foi outra ratada para minha coleção de “filmes para distrair”. Ou é um lance cármico ou tenho o dedo podre para filmes light. É claro que li a contracapa e é lógico que não podemos confiar nela tanto quanto não devemos confiar nas reportagens sobre beleza das revistas que citam produtos e preços.

Mas falem sério: quem poderia achar que por trás de dois sorrisos lindos, pipoca, algum choro e muito companheirismo ia rolar uma relação problemática entre a adolescente e sua mãe com transtornos - de comportamento ou psicológicos, não sei, mas que tem, TEM.
Aí eu, mega-sofrida por passar 12 horas diárias longe da minha cria, fico olhando, projetando, pensado, planejando...e rezando para não acontecer comigo.
Gostei do filme. Gostei mesmo e não sou masoquista, adoro as duas atrizes, a encenação delas é perfeita, o roteiro é bom, embora a história seja aquela da moça-do-interior-que-quer-ganhar-o-mundo. Só que a “moça”, no caso, é a mãe. Há momentos engraçados, principalmente pela vida que Susan dá ao papel, mas é um drama. Um drama corriqueiro, nada que arranque lágrimas de pessoas normais e que não tenham uma filha de 4 anos da qual passam doze horas diárias longe e detestem isso.
Se indico? Indico sim, claro!
Daqui
Bem quando estou eu procurando aceitar a enfermidade e aprender a lidar com ela, vem esse filme que me mostra tudo que eu mais temo: prejudicar minha filha por causa da ansiedade generalizada ou depressão (não existe diagnóstico pacífico entre psicóloga e psiquiatra) sobre o que me acomete. Nem de longe sou como a personagem, mas por outro lado a adolescente é mais do que normal e teria as reações que demonstra no filme até mesmo se sua mãe não fosse problemática.
Muita gente já me chamou corajosa, mas eu simplesmente não sentia medo, então não carecia mesmo de coragem. Depois de Marina sou toda uma névoa de não-me-toques-e-cuidados para meus males sejam realmente apenas meus. Minha pequena, que aos 4 anos  já me viu chorando mais do que boa parte das crianças da sua idade (penso eu), já deve ter alguma ideia de mundo e de mãe que não dá mais para pintar de rosa-chá. Também não posso fazer mais do que ser honesta, buscar tratamento, pedir ajuda, dedicar-me de todas as formas à busca pela serenidade, o que faz bem a mim e à minha família.
Agora imagina: chuva lá fora, casa escura, luz da varanda acesa, eu deitada no sofá toda enrolada, chorando, chorando, vendo cada cena triste e pensando “Comigo poderia ser assim...” Gente, urgentemente, preciso trocar de dedo!
Outro dia assisti novamente Anjo de Vidro, que é com a Susan, e pensei se alguma vez na vida essa mulher já fez uma má atuação. Alguma vez mesmo, valendo as peças teatrais da 4ª série. Acho que nunca, acho que nasceu para isso, para ser atriz – e fantástica!


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