http://pt.wikipedia.org/wiki/Anywhere_but_Here
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O filme lançado em setembro de 1999, estrelado por Natalie Portman
(novinnnha e já estrela) e a super Susan Sarandon foi outra ratada para minha
coleção de “filmes para distrair”. Ou é um lance cármico ou tenho o dedo podre para filmes light. É claro que li a contracapa e é lógico que não podemos
confiar nela tanto quanto não devemos confiar nas reportagens sobre beleza das
revistas que citam produtos e preços.
Mas falem sério: quem poderia achar que por trás de dois sorrisos
lindos, pipoca, algum choro e muito companheirismo ia rolar uma relação
problemática entre a adolescente e sua mãe com transtornos - de comportamento
ou psicológicos, não sei, mas que tem, TEM.
Aí eu, mega-sofrida por passar 12 horas diárias longe da minha cria,
fico olhando, projetando, pensado, planejando...e rezando para não acontecer
comigo.
Gostei do filme. Gostei mesmo e não sou masoquista, adoro as duas
atrizes, a encenação delas é perfeita, o roteiro é bom, embora a história seja
aquela da moça-do-interior-que-quer-ganhar-o-mundo. Só que a “moça”, no caso, é
a mãe. Há momentos engraçados, principalmente pela vida que Susan dá ao papel,
mas é um drama. Um drama corriqueiro, nada que arranque lágrimas de pessoas
normais e que não tenham uma filha de 4 anos da qual passam doze horas
diárias longe e detestem isso.
Se indico? Indico sim, claro!
Daqui |
Bem quando estou eu
procurando aceitar a enfermidade e aprender a lidar com ela, vem esse filme que
me mostra tudo que eu mais temo: prejudicar minha filha por causa da ansiedade
generalizada ou depressão (não existe diagnóstico pacífico entre psicóloga e
psiquiatra) sobre o que me acomete. Nem de longe sou como a personagem, mas por outro
lado a adolescente é mais do que normal e teria as reações que demonstra no
filme até mesmo se sua mãe não fosse problemática.
Muita gente já me
chamou corajosa, mas eu simplesmente não sentia medo, então não carecia mesmo
de coragem. Depois de Marina sou toda uma névoa de não-me-toques-e-cuidados
para meus males sejam realmente apenas meus. Minha pequena, que aos 4 anos já me viu chorando mais do que boa parte das
crianças da sua idade (penso eu), já deve ter alguma ideia de mundo e de mãe
que não dá mais para pintar de rosa-chá. Também não posso fazer mais do que ser
honesta, buscar tratamento, pedir ajuda, dedicar-me de todas as formas à busca
pela serenidade, o que faz bem a mim e à minha família.
Agora imagina: chuva lá
fora, casa escura, luz da varanda acesa, eu deitada no sofá toda enrolada,
chorando, chorando, vendo cada cena triste e pensando “Comigo poderia ser
assim...” Gente, urgentemente, preciso trocar de dedo!
Outro dia assisti
novamente Anjo de Vidro, que é com a Susan, e pensei se alguma vez na vida essa mulher já fez uma má atuação. Alguma vez mesmo, valendo as peças
teatrais da 4ª série. Acho que nunca, acho que nasceu para isso, para ser
atriz – e fantástica!
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