quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Separando os brinquedos para Trocar - O apego é meu ou dela?

O dia da seleção
Desde o ano passado fazemos feiras de trocas de brinquedos e livros infantis, com apoio da Aliança pela Infância, Instituto Alana e Infância Livre de Consumismo.
Duas estão programadas para este mês aqui em Maceió. A foto acima NÃO tem os jogos de montar, quebra-cabeças e os "introcáveis" e "indoáveis" tamanho nível de degradação dos pobres. Se eu fosse você e acompanhasse este blog há algum tempo saberia que não temos ajudante (babá, empregada, faxineira) e que meu marido é tão ou mais bagunçado que a Marina (4 anos). Estaria então me perguntando como essa pobre mãe faz para arrumar isso toda noite, após 12 horas de ausência do lar. Ora! A mamãe aqui é inteligente e mantém um sério acordo com a pequena: ela só pode brincar com 3 e os demais vão para o lugar mais alto do roupeiro. Quando sente vontade de brincar com outro, pede para trocar e pronto, continuam os três.
Mesmo assim.considero que ela tem muitos brinquedos e se não tivesse tão boa memória muitos deles já teriam sido lindamente doados.
Pois então, vamos à seleção! Pedi que escolhesse os três brinquedos que seriam trocados e aproveitasse para separar os que seriam doados. Iniciou por estes. Terminada a seleção, quando voltei ao quarto ou três brinquedos selecionados ERAM MEUS! 
Daqui
Meus bichinhos de pelúcia que eu guardo há mais de 20 anos! Fomos às negociações e disse a ela que havia me enganado, pois misturei os meus com os dela, então escolhesse outros. Voltei. Lá estava, dentre os dela, um pato de pelúcia que comprei quando estava grávida...mais dores no coração:
- Mas, Marina, esse patinho eu comprei quando você nem tinha nascido...snif, snif
Pausa de 1 segundo e cara de Chucky e a resposta:
- Tá. Eu já nasci. Pronto.
GRRRRR quem inventou a liberdade nesta casa!? Buááááááá
Daqui
Pedi explicação para cada item que não fora escolhido para doação nem para troca e foi quando percebi que ela sabia exatamente quem a havia presenteado, e que a seleção havia sido puramente emotiva. Ela não estava ligada à utilidade do brinquedo, mas às lembranças da pessoa ligada a ele. Tinha um, aquela girafinha pequena, muito lindinha, mas que por mim seria a primeira da lista. Nós a ganhamos num sorteio, então seguindo a lógica dela - EU, A ESPERTA-CARTESIANA-ADULTA-MÃE - peguei o bichinho e perguntei:
- E esse aqui? Quem deu?
Cara de Marina diante da minha pergunta
(Maria Joaquina da novela Carrossel)
- (suspiro, daqueles que fazem o tronco subir e cair pesadamente) Mãe, essa é filha daquela! Você acha que vou separar as duas, mãe?
- Ah, ta, tinha esquecido vergonha total
Para mim, todo momento é chance para conhecer melhor minha filha, saber de seus sentimentos, além das reações que demonstra e o que a move para tal e tal escolha. Sinceramente, acho esta a melhor parte da Feira de Trocas
P.S.: O patinho voltou, por escolha dela. Seguindo seu exempl, me desfiz de dois brinquedos meus

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