segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Reflexão sobre o berço


Sempre que olho Marina não vejo semelhanças físicas entre nós. Conforme se passaram os dias, vi coisas como o jeito de dormir ou a dificuldade que ela demonstra tanto para acordar como para dormir e achei que são coisas "minhas". São tão minhas quanto de metade da população mundial :-)

Fiquei então me perguntando de onde viria essa necessidade de me enxergar nela. Olhar esse pequeno ser... que chora/sorri/remexe/sonora, faz tudo quando bem quer e sem nenhuma explicação... fazer sua ligação com meu jeito ou o do pai ou de algum parente é uma forma de controlá-la, mas não pelo puro prazer do controle, talvez seja por medo ou por vontade de conhecê-la.

Quando digo que ela "puxou a" quero fazer uma ligação entre nós sim, mas quero muito entendê-la, saber de seus frios, calores, fomes, necessidades, e supri-las todas. Cantá-la se assim quiser, historiá-la e acalentá-la.

Um espelho de consciência, às vezes, mostra meu rosto quando me debruço sobre o sono de Marina. Ela só precisa dormir, mas velar-lhe o sono enche minha vida de tanto conforto e felicidade que me pego agradecendo por estar ali. E penso então: quem supre as necessidades de quem?

Um comentário:

Anônimo disse...

estar neste projeto, sabê-lo tambem meu, saber que estamos apenas começando uma viagem e que precisavamos com urgência desse novo tripulante antes de definirmos o rumo da nossa nau, nossa canoa, tem algo de especial. sabe aquela pessoa que não podia faltar na excursão ou na colônia de férias? chama-se MARINA