quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

RELATIVIDADE na prática maternal

As coisas agora são assim:
cocozinho
melequinha (ao invés de catota)
maldito mosquito ou mosquito nojento (mesmo que nunca chegue perto de Marina)
...

Vi o mosquito voando quando abri o mosquiteiro para deitar Marina em seu berço. Certifiquei-me de não haver outros, depois de tentar matar o ágil inseto, que foi se esconder num canto escuro do guarda-roupa. O miserável estava magro, então supus que estava faminto, ao invés de bem alimentado pelo sangue valioso e puro do meu bebê.
No dia seguinte Paulo entrou no quarto e eu estava, finalmente, terminando de matar o mosquito "Maldito, peguei você!" eu falava entredentes. Fiquei um pouco envergonhada em ser apanhada falando com um moribundo, mas fomos ambos discretos (falo de mim e Paulo) e não tocamos mais no assunto.
Nesta madrugada, enquanto amamentava Marina, Paulo e eu conversávamos sobre amenidades e contei que havia entrado um maribondo em nosso quarto naquela tarde e que fiz minha mãe correr para outro cômodo com Marina nos braços enquanto eu tentava espantá-lo, já que sou mesmo péssima de mira. Então Paulo disse, como quem recebe a luminosa lembrança de algo importante que esquecera de contar "Ah, eu matei ele! Faz uma semana que eu esperava que ele entrasse aqui. Todo dia eu o via quando dava banho de sol na Marina, ele vivia no jardim do vizinho, eu icava só esperando ele passar pra cá..."
A mamada terminou. Marina dormindo, a colocamos no berço e fomos dormir em silêncio. Pensando...

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