Lançamento dos ganhadores do concurso Coco de Roda |
Quando pensei em fazer este texto relutei tanto, mas
tanto, e tudo por causa de minha amiga Bee, que diz que eu só vejo o lado ruim
de tudo. Eu não diria que sou assim, mas que sou observadora...detalhista...crítica...e tenho um blog. E quem tem blog é porque
gosta de falar, né?
Pois então, lá fomos
nós para o lançamento da coleção. Uma pequena cabana com duas mesas e cadeiras
de plástico dividiam espaço com o algodão doce e a pipoca (tudo grátis). As
mesas eram para os livros, os escritores, os leitores, os fotógrafos, os jornalistas, os pais, as mães, os curiosos e as
crianças.
Ao lado, um trailer com
um palco montado e um grande toldo à frente eram reservados para as apresentações
e leituras dos livros ali lançados, bem como para a plateia, que a meu ver foi
de bom número!
Assistimos à
apresentação teatral baseada no livro Embolados, que foi muito boa! Depois
disso um ator fez animação com a plateia de igual qualidade e logo após entrou
a animação para as crianças.Apresentação teatral esplêndida do livro... |
Então! Aí chegaram
aquelas pessoas denominadas palhaç@s, vestidas com roupa de cetim quentepákct
que sempre me fazem lembrar das cortes e seus bobos...
Vejam aqui o significado, não deixem de ler! |
... que (reza a lenda) acabaram na Europa lá pelo século XVII. Mas, pow, pra quê
deixar morrer uma cultura tão boa, tão nossa, tão...nadaver :-/
Detalhe: a coleção Coco
de roda é o resultado de um concurso promovido pela imprensa do Estado de
Alagoas que premia livros infantis que falem da cultura alagoana.
Voltemos aos palhaç@s
da corte bizantina, que usavam microfone e cantavam junto com o CD de
Patati Patatá (alguém precisa de link para saber quem são?). Chamaram mães e
pais e crianças e formaram uma coisa que deveria ser uma roda, coisa na qual
não conseguiu se transformar até sairmos do evento.
Quando a roda estava (de)formada começou a música \o/ ATIREI O PAU NO GATO-TO, MAS O GATO-TO ... ao som do Patati Patatá, é claro, afinal de contas, sem eles, como a gente conseguiria cantar e rodar?
Daqui |
Não sei vocês sabem, mas ciranda é uma das danças
mais nordestinas deste mundo, é unanimidade entre as crianças e dentre os
brincantes de folguedos. Quem consegue ir ao alto da Sé em Olinda e não ver as cirandeiras?
Mas, sabe, acho que ao som eletrônico, sei
lá, vai que não tem pegada. Não teve. Havia espaço para formarmos uma roda
imensa, com todo mundo cantando essa e outras cantigas de roda, mas a coisa
ficou assim como na roda e as crianças com a cara da minha, aquele anjinho
dentro do coração amarelo que devia estar pensando “quécôtôfazendaki?”.
De um site, que não achei mais para indicar o link :-( |
As duas
setas mostram @s palhaç@s-bobos-do-arremedo. Ainda que fosse uma homenagem ao
Movimento Armorial e tals, mas não era isso, juro! Reparem as carinhas das outras crianças.
Obviamente nem tudo são
espinhos. A rua estava parcialmente fechada, havíamos levado a bike da nêgaRina
e fomos lá passear.
Sabe Vinícius de
Moraes? Ele não sabe, mas estava prevendo esta cena quando começou a cantarolar
“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça é essa menina que vem e que
passa...”.
Por detrás dessa menina que vem e que passa há umas motocas para
aluguel. As motocas são elétricas, acho. Sei que as crianças não precisam mover
um músculo para fazê-las andar. Fiquei observando um tempão e se não tivesse
que correr atrás da minha pequena imagino que poderia ver alguém teleguiando os
carrinhos. Penso que as crianças devam sentir-se adultas, afinal crianças
gostam disso, né? Mas...ainda acho uma escolha duvidosa. Ainda prefiro tombos
de bicicleta ou corridas atrás de pombos ou subir e descer a grama escorregando
ou implorar para ficar descalça e pisar a areia para depois pedir e implorar
para entrar no mar.
Bom, a chuva atacou e fomos
para casa. Era domingo! Vamos brincar! Pintamos as unhas com diversas cores
para provarmos que as cores, quando misturadas, se transformavam – e para que
eu tivesse uma justificativa tranquila para depois retirar todo o esmalte.
E mais tarde, quando
estávamos no banho, minha pequenina abriu os braços, criando um chuvisco de
água e sabonete, e gritou:
“Que dia feliz! Que dia mais feliz do mundo, não
foi, mamãe!?” Gargalhei com a felicidade dela e a minha diante da sua, de nossa
cumplicidade e por saber que aquilo tudo se devia ao fato de estarmos
compartilhando ideias, brincadeiras, horas e horas de exclusividade mútua.
“Ah, se ela soubesse
que quando ela passa o mundo todinho se enche de graça e fica mais lindo por
causa do amor...”
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2 comentários:
Os adultos querem inovar tanto e acabam por desgastar aquilo que deveriam usar como manda a tradição. Ser criança, muitas vezes não é fácil!! Mas no final, sentem-se aliviadas por que acabou e simplesmente esquecem! E volta a alegria a imperar!! :) Feliz dia!! Beijus,
É isso mesmo...acho que as crianças ficam lá com cara de Monalisa, pensando: "daqui a pouco cansam, daí eu brinco" :-)
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