domingo, 28 de junho de 2015

Aula grátis de não consumismo

Vídeo gravado no Dia das Mães, com a fofinha ainda revoltada


No sábado anterior ao Dia das Mães minha pequena perguntou se íamos comprar o presente de minha mãe. Ao invés de simplesmente dizer que NÃO e explicar a razão (aquele papo de data comercial que todo mundo já sabe, inclusive ela) levei-a até a sala de dança, que é onde fica nossa TV, cuja função é apresentar DVDs e liguei num canal aberto. Obviamente, se não assisto TV, não tenho assinatura de canais fechados.
- Vamos ver TV um pouquinho e olhar as propagandas, tá?
Passou de lavadora de roupa, de automóveis, de roupas, de perfume, de frango...
- Mãe, kkkkkkk já pensou a gente chegar com uma galinha pra dar de presente pra minha vó? Peraí, mas quem compra isso pra presente?
"Mim" calada...
- Mãe, eles querem que a pessoa compre tudo! Assim também é demais, tem coisa que a minha avó nem precisa, meu Deus!
"Mim" calada...
Aí deu-se o caso. 
Uma loja de departamentos resolveu fazer uma propaganda cujo slogan dizia que "O melhor abraço é o da Moda" ou algo assim...PRA QUÊ!?

Marina levantou-se num salto, com a voz ainda mais alta do que já é e disse exatamente o que está aí no vídeo. O que não está aí é o que ela disse depois:

- Mãe, se lembre: a gente nunca mais compra na Riachuelo! Ela não dá valor à mãe! Humpf!



6 comentários:

Ana Paula disse...

Haha! Excelente reflexão. Acho que assim é que vamos formando opiniões, através de questionamentos, observações.
Aqui em casa assistimos tv e eu gosto de escutar as conclusões dos filhos sobre as propagandas. Dou muita risada porque para eles, não surtem o efeito desejado!
Sua filhota é muito fofa! Beijo.

Patrícia Santos Gomes disse...

É fofa mesmo, Paula, obrigada ;-)
TV é algo que me irrita, sabe? Quando existia o programa INTERVALO na TV Educativa (faz trezentos anos, mais ou menos) eu ainda assistia por causa dele, era bem tarde, tipo na hora em que eu chegava da escola quando estudava à noite. Mas desde que comecei a morar sozinha tirei a TV da minha vida. Hoje em dia é um lance meio cult dizer que não assiste TV, eu acho engraçado isso, não vejo relação nenhuma, mas td bem.
Marina assiste na casa da avó e dos tios, então só em minha casa mesmo é que restringimos e ela nem pede, criança é esperta para saber "que botões apertar e quando" :-)
Obrigada pela visita e pelo comentário.
Bessos

Ana Paula disse...

Patrícia, eu também tenho um olhar bastante crítico para a tv. Nunca a usei como um "distraidor" de criança ou babá. Quando pequenos, assistíamos juntos a tv Cultura, que acho que é a Educativa, e a tv Brasil. Meu filho, de 12 anos, hoje assiste programas de canal pago ligado à Ciências, História e um que eu achei pesado e ao mesmo tempo excelente que assistisse: um programa que mostra pessoas drogradas e todo o declínio delas, inclusive morte; questionamos juntos a massificação de modas, jeitos de falar, o consumismo atrelado aos produtos que vão parar no mercado. Vejo crianças na família que acordam e já ligam a tv. E isso não acontece com eles; só ligam se têm algo mesmo que queira ser visto. Se eles fossem pequenos hoje, que eu acho que até a tv cultura mudou bastante, acho que até teria uma postura diferente. Eu tenho dentro de mim uma semente que fui cultivando solitária da educação waldorf, mas que nunca vingou. O sistema escolar, que eu tentei o quanto pude driblar ( foram 11 escolas para o meais velho ) agora chega em um ponto que se resume a duas palavras Enem e Vestibular :(
Beijo!

Patrícia Santos Gomes disse...

Ai, Ana, nem me fala em escola /o\
Aqui no blog tem um pouco da minha saga com relação a este assunto. Marina entrou antes de completar 4 anos porque o pai cuidava dela e sofreu um acidente, não conseguindo mais ficar o dia inteiro com Marina. De lá para cá foram três escolas e eu sempre saía das visitas e da matrícula chorando, no melhor estilo Maria do Bairro.
Nesta última antes de entrar para conhecer ele se virou p/ mim e perguntou se eu estava calma. Eu, catatônica, disse: "Meu nível de exigência se resumiu a uma caixa de areia, não ter ar condicionado na sala e ter professora amorosa." E mergulhei.
É muito triste mesmo, mas o que podemos fazer é, quiçá, apoiar às famílias que querem fazer diferente.
Beijos, amora!

Luma Rosa disse...

Oi, Patrícia!
Essas propagandas são bizarras e a Marina mandou muito bem! Tomara que ela continue com o olhar para o não consumismo. Para além de fofo é esperançoso para nós adultos encontrarmos crianças como o senso crítico apurado.
Algumas pessoas estão tão viciadas em tv que ligam só para ter um barulho no fundo. Eu odeio a zueira de certos canais e principalmente aquele fundo de jogos de futebol e volei. Esse último é tantos apitos que chega a ser irritante!
Costumo gravar os programas que gosto para correr das propagandas. Lembro que no passado existia um intervalo de mais de meia hora de propaganda, algo como tv shopping... rs.
Na minha infância só assistia desenhos e a tv era para as crianças. A minha mãe não tinha tempo e não assistia. Mas eu podia assistir o dia inteiro de desenhos repetidos que não reclamava, pq não era sempre que assistia tv. Então, era um luxo poder perder tempo ali. Nooossa! Como a transmissão era ruim... Mas não tinha tanta propaganda!
Beijus,

Patrícia Santos Gomes disse...

Pois é, Luma!
Transmissão ruim e programação boa, né? Muita coisa mudou, mas você resumiu muito bem a questão principal: não tínhamos tempo a PERDER diante da televisão.
Sempre ouço as pessoas dizerem que querem dar aos filhos o que elas próprias não tiveram. Quando fiz a Semana Mundial do Brincar aqui em Maceió comentei para o público, no evento de abertura, que penso o contrário..."Como eu queria que dr à minha filha tudo o que eu tive!"
Bessitos mis e grata pela visita!