quarta-feira, 27 de abril de 2016

Nise - O coração!

Crítica AQUI
Desde que soube da idealização deste filme minha espera começou. Sem pesquisar nada a seu respeito, acreditando piamente que viria o melhor. E veio! E é! Glória Pires, que sempre me encanta, viveu a Dra. Nise de tal forma que por diversas vezes lembrei-me ser "a Glória" por reconhecer sua voz. Se contassem apenas as expressões que ela faz bem no início do filme já mereceria mil prêmios e aplausos de pé.
Alguém na fila do cinema fez uma crítica ao fato de o filme não citar que é alagoana, mas achei a informação tão desnecessária...até porque não se trata de uma cinebiografia no formato de Dois filhos de Francisco, por exemplo. Está mais para um recorte ou uma visão panorâmica dessa mulher espetacular que salvou tantas vidas!
Nise e alguns amores seus: livros e gatos
Durante o filme, quando adentrava recintos feito furacão ou desobedecia aberta e corajosamente o diretor do hospital ouvi (ok, também falei, não me contive) várias frases do tipo "Essa é alagoana mesmo", "Alagoana toda!".
O longa-metragem é de uma beleza e delicadeza no trato de um tema tão sombrio, que embora tenha cenas totalmente cruas de pacientes psiquiátricos num hospício dos anos 40, não descamba para o drama. É maior! Nise é maior que o drama! O amor de Nise foi maior que tudo! E Glória Pires soube ser Nise como nem posso imaginar quem melhor seria _/\_

Falo aqui como pessoa que conheceu muitos psiquiatras. E penso em como faltou aquele olhar amoroso sobre mim, sobre outras pessoas fabulosas (!) que tenho a graça de conhecer.

Achei esta entrevista que Nise deu aos 87 anos e achei-a tão interessante que vou deixá-la como partilha. Assim como a breve "linha do tempo" de seu trabalho.
Nise no hospital com seus "clientes", pois "pacientes" tem que ser os médicos

E para quem deseja a alagoanidade de Nise, segue a resposta por ela mesma, noutra entrevista:
LG - Uma saudade...
NS - Da minha casa em Maceió. Até me lembro dos versos de um poeta que diz assim: "minha mãe, é em ti que eu penso, oh! casa". Esse é um dos motivos porque eu me recuso a ir a Maceió, prá não ver essa casa.

E me vêm à mente uma frase de outra mulher brilhante (que morou em Maceió rsrs), Clarice Lispector: Já que sou, o jeito é ser!

E eu sou, com muito prazer!

2 comentários:

Unknown disse...

Incrível a SUA sensibilidade para resenha também, me deu mais vontade ainda de ver o filme... e antes de lê-la já tinha escrito uma crítica para o cinema daqui, que só passa enlatados americanos (revoltada!!!) Quero ser alagoana hahaha, quem sabe ainda serei, mesmo que por algumas semanas ;) Adoro tu

Patrícia Santos Gomes disse...

Pois venha mesmo, Lisi, acho que tu já é #alagoanaToda :-)
Gratidão pelas palavras e visita <3