sábado, 1 de outubro de 2011

Muitas perdas e idas

Se eu fosse espírita diria Idas e Vindas, mas como não tenho qualquer religião, diante da morte não posso dar nada de concreto.
Acredito em Deus e notras cositas mas, mas não tenho, diante da morte, a fé de que outras pessoas dispõem. Perdi meu pai muito cedo - aos dois anos de idade - e apesar disso esse lindo homem me fez uma falta imensa e a perda me deu sensações que são estranhas a outras pessoas e, às vezes, a mim também.
Meu pai, Elisio, agachado
Na terça-feira da outra semana soube que o filho de um colega de trabalho cometeu suicídio. Morava na Argentina há três meses e a família não tinha $ para trazer o corpo de volta. No dia seguinte, depois que todo mundo fez o que pode com as autoridades (in) competentes do estado, comecei uma campanha para arrecadar os 16 mil de que a família necessitava. Em 5 dias o $ estava na conta do colega e lá foi ele embarcar para buscar o filho. De cara com tudo a polícia argentina diz que o corpo só sai depois da investigação - que seria então iniciada. Não, não e não. Só entendo de SCI então não sei como a investigação de uma morte só se dá depois que a família do morto reclama o corpo.
Na quinta-feira seguinte era aniversário do colega. Fui à missa de um mês de morte de uma amiga de meu marido, Sandra Aguiar. Também era aniversário de sua mãe. Nada me faz imaginar a dor que aquela mãe sentiu nesse dia!
Quarta-feira passada: após a missa de 7º dia de Lucas (sem enterro) resolvo fazer uma aula de ginástica aqui perto de casa. Marina estava na casa da avó e meu amor tinha ido ao médico. "Preciso relaxar, vai me fazer bem, vou lá." Foi bom mesmo, mas quando ficamos apenas eu, a professora e outra aluna esta começou chorar contando da falta que fazia o marido, recém-morto. Voltei para casa pensando naquela senhora, pensando que se eu tivesse aquela idade pensaria em ficar viúva e talvez não sentisse tanto. Fui dormir com um peeeeso!
Sexta-feira retornei à academia, depois de um dia péssimo de dores e cólicas. A professora então me contou que perdera o bebê de dois dias após um erro médico - há seis meses. Se eu já não estava bem, voltei um tantinho pior.
Também perdi um bebê, com três meses de gestação, pelo qual nunca mais chorei (assim como nunca esquecerei). Meu pai se foi após 6 meses da morte de seu filho, Marcos, um menino lindo de 10 anos, que morreu num acidente de carro. No carro que meu pai dirigia, que estava cheio de gente e que só vitimou meu irmão.
Eu, minha mãe e Marquinhos - seu enteado
Isso tudo me deu um medo de perder meus amores: Marina e Paulo. Meus maiores amores. Ao mesmo tempo, fiz uma oração pela mãe de Lucas (o filho do colega de trabalho) e disse a ela que não se preocupasse com ele. E se Marina já teve outra mãe e ela também sofreu sua ausência? Essa mesma bonequinha tão cercada de amor e cuidados! Como a gente pode pensar que só existe este plano, essa coisa que a gente jura que vê e jura que é verdade! Sei que não sei de tanta coisa, mas tenho certeza de que Deus nos fez a tdos com um depósito (um relicário) de força que só sabemos existir quando dele precisamos.
Precisei do meu nesta semana e ainda estou um pouco cansada, mas imensamente grata a Deus por ter minha casa em paz e com meus amores em pleno sono!
Meus amores. Em Olinda, nas férias deste ano




2 comentários:

Cintia Fernandes disse...

Acho que essa é uma das piores perdas. A gente sofre com a perda dos outros, imagina com a nossa! É triste, mas é a única certeza que temos da vida

Paulo Caldas disse...

generosidade e sensibilidade são duas palavras com as quais eu poderia, tranquilamente, te rebatizar...