sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Livro: "Culpa de mãe" Tou fora! #estou?



Ganhei o livro num sorteio, mas antes mesmo já havia baixado no site da autora, só não estava conseguindo ler no PC. Achava que esse negócio de culpa não me pertencia, porque nunca senti a maioria dos dramas que as mães normalmente relatam. 
No entanto, com a leitura do livro, comecei a lembrar de cenas no mínimo ridículas, como eu chorando durante o banho depois de saber que tinham colocado DVD de uma criatura que é totalmente antipedagógica na escola da minha filha de 3 anos...meu marido perguntou o que estava havendo e eu lá "Eu sou uma péssima mãe, que trabalho tanto e não consigo encontrar uma escola decente para minha única filha!" Aos prantos, uivos e soluços.
O livro pontua muito bem que a situação da personagem principal é um caso ímpar, já que consegue apoio da mãe, da terapeuta, de uma babá, da chefe, do marido, ou seja, ela consegue ir superando a culpa graças a essa rede que se forma em torno de sua cria. Fica claro que não é o caso da maioria e isso é muito bom para não deixar o livro antipático, do tipo "isso não existe!". Além de ser mesmo muito gostoso de ler.
Faço apenas uma ressalva, que é acerca da ausência de uma empregada na casa da personagem principal. Tudo bem ela cuidar sozinha da filha e ter a comida encomendada, mas a invisibilidade de quem cuida da casa (móveis, chão, poeira, enfim...) me chamou atenção para a invisibilidade do próprio trabalho doméstico. Para mim não é uma falha do livro, mas um ponto de reflexão para tod@s nós. Lá venho eu de novo falar de arrumar casa, né? Sim, é óbvio que isto não é um assunto resolvido na minha vida, mas do que falo aqui é algo maior. É da valorização do trabalho de quem fica em casa enquanto alguém está lá fora trabalhando, ou de quem trabalha dentro e fora. É da valorização do trabalho do Paulo ao cuidar da Marina, me deixando tranquila no trabalho e ajudando a menina a manter a casa na zona que eu encontro diariamente. Da valorização do trabalho das avós, mães, babás, faxineiras, empregadas, normalmente mulheres que cuidam dos ninhos para que outras mulheres possam voar e tenham para onde voltar.
Sobre minha culpa, ainda não sei se devo chamá-la apenas assim. Há também uma eterna-saudade. Uma vontade de estar junto de minha cria que talvez seja mesmo algo ancestral, animal, de mamífera. não, não digo que todas devam ser assim, mas que é como eu me sinto.
Depois de ler o livro decidi parar de trabalhar em tempo integral aos 50 anos e me dedicar a Marina. Uma amiga me disse "Tá, você sabe que ela será adolescente e não vai querer você por perto, né?" KKKKK Sei, sim, mas daí eu terei escrito Culpa de filha através deste blog e ela vai morrer de pena de me enxotar. Assim espero :-)
(A propósito, não faço a mínima ideia de como irei nos sustentar $ mas estou confiando no famoso "Deus proverá").

VANESSA, OBRIGADÃO E PARABÉNS PELO LIVRO!

Um comentário:

Rafaella disse...

O livro tem cara de see otimo ne...
Ai e a culpa... las nos perseguem sempre...
Deve ter sido engraçada vc chorando por causa da escola, mas na hora isso é o mundo pra gente ne, pois sempre queremos fazer o melhor...
Bjs