Amor Líquido é um livro
em quatro capítulos e 84 páginas. Um livrozinho. Tipo Chaplin sendo chamado de
atorzinho ou diretorzinho por ser de baixa estatura. Pois então, terminei o
livrozinho de Bauman!
Recebi-o das mãos de
Stéfany, companheira do blog Abracabessa
e de infindáveis conversas sobre amor, “modernidade”, família, enfim, tudo
exceto futebol, de que entendo lhufas e ela adora!
Quando conheço um novo
autor e gosto dele vou grifando, deslumbrada...frases, orações inteiras, falas
diversas logo de cara. Depois, com o coração já desacelerado, tenho consciência
de que o encontrarei noutros livros (virei fã) e então os grifos são mais
comedidos. Carinhas J L :-/ :-O
símbolos ?? !! ?! @#$ perguntas e questionamentos transformam o novo autor em
velho amigo para quem “meio traço é letra”.
Lucidez é um traço
comum a bons filósofos e sociólogos, mas juntar isso a uma fala fluida, ágil,
ácida e irônica faz de Bauman uma leitura muito atraente para quem ocupa os
pensamentos com as coisas do que chamamos “atualmente” e ele de “sociedade
líquida” ou pós-moderna.
É como se estivéssemos
andando num castelo medieval e ele fosse caminhando à minha frente, sempre
falando, enquanto abre várias portas, fingindo ser aleatoriamente. Vamos
seguindo e deixando as portas abertas. Vento, poeira e folhas amareladas
entrando, o sol iluminando tudo e fazendo sombras, dando tons e meio-tons onde
tudo era cor sólida. As nossas pisadas, que eram antes os únicos sons que se
ouviam, agora estão sumindo e o castelo é festa de cantiga de pássaros, de
roçar de copas de árvores, do uivo frio do vento que entra já buscando saída. À
voz de Bauman seguem-se os sons que entram pelas portas abertas por ele,
seguem-no o vento, as folhas, a luz e agora eu...
Um comentário:
Belíssima definição. É assim mesmo que a gente se sente quando lê Bauman .
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