terça-feira, 21 de maio de 2013

Escola e o Dia das Mães – Parte II




Esta postagem participa da blogagem coletiva do MILC - Movimento Infância Livre de Consumismo
 Encerrei a postagem anterior http://agoraquesoumae.blogspot.com.br/2013/05/dias-das-maes-comassim.html com a seguinte frase “a escola deveria ser mais responsável sobre esse assunto!” E é com ela que início esta reflexão.
A escola não é um espaço separado da sociedade, não está protegida do que acontece fora de seus muros e temos visto isso paulatinamente da pior forma possível, através da violência que os noticiários cobrem. Assim como não está isenta de fazer escolhas. Ao decidir comemorar datas comerciais está fazendo uma opção, ao escolher de que forma isso será feito está definindo os valores dos dirigentes da instituição e inculcando em seus estudantes esses valores.
Até 11 anos de idade estudei em escola pública e TODO ano fazíamos umDiploma para a Melhor Mãe do Mundo. Minha mãe amava! Simplesmente fazíamos com todo capricho, escolhíamos um poema para escrever nele e entregávamos em casa. Sem festa na escola.
É claro que o mundo muda, o comércio precisa ser sustentado e a escola não deve ficar alheia. Mas também é claro que ela pode optar em enxergar as famílias de seus alunos. Até eu terminar o “segundo grau” não conhecia nenhuma criança que não tivesse pai, mas um dia desses a filha de uma amiga me contou – com os olhos brilhando – que finalmente seus pais tinham se separado. Perguntei se ela estava bem e ela disse que aquilo já deveria ter acontecido há muito tempo e que o melhor de tudo é que agora ela não seria mais a “única menina com pai e mãe na classe”. Se as famílias mudaram tanto, se as escolas se preocupam com os sentimentos das crianças, se querem transmitir valores éticos, por que continuam repetindo velhos formatos de homenagem/comemoração, em que o afeto está vinculado ao presente-comprado?
A responsabilidade da escola está em ser pensante nesse processo e não separá-lo de todo o projeto pedagógico que ela deve ter. Se for questionada, deve pensar novamente e aprender a viver nesse processo de eterna reflexão.
Se comemorássemos o Dia da Família nas escolas, não teríamos algo mais abrangente e democrático? Não incluiríamos mais pessoas a serem homenageadas? Não teríamos mais pessoas integradas, se conhecendo, compartilhando momentos em tornos de suas crias? As crianças não seriam vistas como elo maior na comunidade escolar e será que essa visão não poderia se expandir para fora da escola? E isso não seria algo bom, hein?
                                                               Patrícia Santos Gomes Caldas

3 comentários:

Rafaella disse...

Ai, não sei se entendi bem o seu texto...
Mas não vejo nada demais, pelo contrario, adoro ver as crianças dando seus toques em presentes simples, muitas vezes reclclados, entregando em um belo dia de festa depois de uma apresentação maravilhosa em que nós mães nos emocionamos rs...
Minha opinião, não fique chateada ;)
Bjs

Patrícia Santos Gomes disse...

Rafa, nunca ficarei chateada com uma opinião educada, nem pense nisso! Essa postagem faz parte das coisas que não gostei da festa do Dia das mães, é uma blogagem coletiva, várias mães fizeram e mandaram para o site Infância Livre de Consumismo. Se Marina tivesse feito, ela própria, a lembrancinha, eu adoraria, mas essa de mandar o pai - ou a própria mãe comprar - pq havia várias crianças só com a mãe no evento...aí é demais!

Patrícia Santos Gomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.