Quanto mais
desorganizada estou internamente mais necessito que o ambiente físico no qual
convivo esteja organizado. Quando isso não acontece entro numa perda de energia
imensa, e lá vou eu num ciclo duro de sair. Porque arrumo, “a coisa” desarruma,
canso, me angustio, volto a arrumar só que mais cansada e fico ainda mais
angustiada vendo tudo fora-do-lugar fora de mim, já que dentro de mim não estou
conseguindo organizar. E o cansaço é imenso, não é somente do corpo. Eu chego
em casa do trabalho, mesmo que esteja limpa, quando vejo uma cena como abaixo
parece que uma mangueira fina vai levando minha energia lá para o beleléu...um
lugar jamais localizado, tipo o castelo onde fica o Santo Graal, sabe?
Consciência.
Eu tenho consciência de que essa realidade só poderá mudar de uma forma:
contratando uma empregada doméstica. Como isso não vai acontecer quem terá que
se modificar é a mamãezinha aqui. Precisarei separar meu incômodo interno da realidade externa. Precisa ser gênio ou fazer
terapia para chegar a essa impressionante conclusão? É claro que não, é que eu
preciso ler para internalizar o babado, entendem? E também preciso de
estratégias, preciso de planejamento, não adianta!
Resolvi
então adotar um cômodo por vez. Primeiro foi meu quarto, que com a redução de
móveis, consigo arrumar rapidinho porque não há onde pendurar nada e nem o que
pendurar, já que não há roupeiro nem sapateiro ali. Parti para o quarto da
Marina, que precisou escolher apenas três brinquedos e os demais foram para o
roupeiro (todas as nossas roupas, inclusive toalhas e jogos de lençol estão
aí).
Área de serviço |
A
área de serviço não deveria produzir muitos transtornos, mas como eu comprava
material de limpeza para o mês inteiro precisava usar dois armários...solução
simples, diminuir na compra, fazer uma decoraçãozinha e tals. Ok, enquanto a
roupa está sendo lavada não funciona, mas o bom é que sou vou lá quando TENHO
que ir, então já sei o que me aguarda.
Parei
aí. A cozinha é do Paulo e fico com a limpeza do fogão e geladeira – só isso. O
atelier eu já tinha passado para o poder de Paulo e Marina, depois do tamanho
sofrimento que me causou, então entro e saio e nada sinto.
Atelier num dia normal |
(Não lembro de onde tirei. Guardo numa pasta cujo título é "EU QUERO") |
Sala em dia normal - exceto pelo varal que nunca está ali |
Para
quem pensa que fiz essas fotos para escrever esta postagem a resposta é
negativa, foi para uma apresentação sobre limpeza e organização para o grupo de
pessoas com os quais trabalho. E por que fiz isso? É que cada equipe
não-limpa a área de “seu” jeito e jura que está limpa. Daí minha chefe vai lá e
cobra de mim a limpeza “real” do espaço. Aproveitei e inclui a limpeza na pauta da próxima reunião
e fiz as fotos para mostrar-lhes que uma pessoa pode olhar esses locais e achar
que não há o que arrumar. #comassim?
Explico:
a casa estava exatamente nessa situação aí quando fui saindo para trabalhar, e disse:
-
“Paulo, tu dá uma arrumadinha na casa?”
-
“Em quê?”
Este
é o momento em que a sabedoria feminina e o autocontrole entram em cena.
-
“Faz assim, você vai em cada cômodo da casa, se achar que algum precisa de
arrumação, você ajeita, só isso.”
Quando
cheguei à noite encontrei tudo como estava pela manhã. Fiz questão de não
modificar a cena do crime fato e fiz as fotos que usarei na reunião.
Para mostrar o quê? Que noção de organização e limpeza cada um pode ter a sua,
mas precisamos definir um PADRÃO, que deverá ser seguido.
Bom, mas trabalho é trabalho e casa é casa. Cabeça é cabeça e cada um tem a sua. Não deve ser à toa não.
2 comentários:
Navegando no seu blog!!! Muito boa escrita!!! Adorei...
Que legal, Sandra, obrigada! Acho que todo bom leitor quer ser bom escritor, neh? :-)
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